As Dez Pragas do Egito
Prólogo
Todo mundo já ouviu falar nas "dez pragas" que Deus lançou sobre o Egito, nos tempo bíblicos de Moisés. Porém a grande maioria não sabe dizer qual a ordem em que foram lançadas. Alguns não sabem dizer o nome de três das dez pragas. Até mesmo líderes religiosos, tanto católicos como "evangélicos", muitas vezes se envergonham de não saberem responder satisfatoriamente sobre esse assunto, quando são perguntados. Eles, para escaparem da questão, costumam dizer que os pormenores do passado não são mais importantes.
Mas quais foram as dez pragas? Qual a ordem em que foram lançadas? Porque foram lançadas e o que elas nos dizem hoje em dia? Enfim, qual é a mensagem que ela nos passa para os dias de hoje?
Essa matéria vai responder e detalhar, pormenorizadamente, essas e outras questões a respeito.
Antecedentes
A quase 4.000 anos atrás, o Egito era a maior potência mundial. Era também uma nação politeísta, e seu povo adorava inúmeros deuses, representados por estátuas.
Foi naquela época e naquelas condições que os descendentes dos doze filhos de Jacó (Judá, Rubem, Gade, Aser, Naftali, Manassés, Simeão, Levi, Issacar, Zebulão, José e Benjamim), conhecidos como hebreus, junto com o pai, foram morar na terra do Egito, numa parte dela chamada Gósen.
Gósen foi cedida pelo Faraó aos hebreus por causa dos bons serviços que José (também filho de
Jacó, que havia sido, anos antes, vendido como escravo pelos seus irmãos aos egípcios, mas que por causa de seu dom (divino) de interpretar sonhos e de sua integridade, foi colocado como o segundo homem mais importante do Egito, abaixo apenas do Faraó.
do Egito que não conhecia José e, vendo que esses se multiplicavam muito, tratou de colocá-los sobre dura escravidão.
A esse decreto, sobreviveu um menino, nomeado Moisés (que significa Salvo da Água) e adotado pela filha do Faraó. Moisés fez parte da casa real do Egito, onde se instruiu até ficar adulto.
pai de sete filhas, uma das quais, Zípora se tornou sua esposa lhe dando dois filhos:Gersom e Eliézer.
O Fim dos Deuses Egípcios
Os milagres de Deus começaram quando Faraó se recusou a libertar o povo hebreu. Deus, na ocasião da primeira recusa do Faraó, transformou o bastão de Moisés em uma serpente. Mas os feiticeiros egípcios também fizeram serpentes com suas mágicas, de modo que o Faraó não ouviu o pedido de Moisés pela libertação.
Foi depois da transformação dos bastões em serpentes que vieram as pragas. pois estava na hora do Deus verdadeiro mostrar quem era mais poderoso: Ele ou os deuses do Egito.
O objetivo final das pragas era, depois de destruir a adoração dos deuses egípcios, fazer o povo hebreu sair do Egito para ir adorar seu Deus, Jeová, no deserto, e de lá rumarem para a terra prometida.
Assim, as dez pragas lançadas sobre o Egito acabaram sendo golpes nos deuses do Egito.
1 - Transformação da Água em Sangue:
Ao ferir as águas do Egito (inclusive as dos vasos), Deus destruiu o deus-Nilo Hapi. Os egípcios acreditavam que o rio Nilo era um Deus e com essa praga foi decretado o seu fim. Na mesma praga houve a morte dos peixes do Nilo. No Egito antigo, certas espécies de peixes eram adorados como deuses. Seus adoradores os retiravam do rio e os mumificavam. O "deus-Nilo" bem como aqueles "deuses-peixes" foram destruídos naquele dia. Não havia mais razão para os egípcios os cultuassem.
2 - Rãs:
Daí Deus fez subir rãs do Nilo em uma tal quantidade, nunca vista antes, que elas estavam em todos os lugares imagináveis, inclusive nos fornos que faziam pão para os egípcios.
Isso foi um golpe no "deus-rã" Heqt. Os egípcios acreditavam que haviam "deuses-rãs" que teriam participado da criação do mundo e que agora eram os representantes da fertilidade. Isso acabou naquela praga.
Moisés orou a Deus pelo fim da praga, mas o Faraó não cumpriu o que prometeu, quando a praga acabou.
3 - Borrachudos:
A terceira praga foi o aparecimento, a partir do pó, de borrachudos que atingiram tanto as pessoas como os animais do Egito. Dessa vez, a partir dessa praga, os feiticeiros egípcios não conseguiram fazer igual e admitiram que aquilo era o "dedo de Deus" para o Faraó. Mas nem assim, nem mesmo sendo um golpe mortal no "deus da terra" Geb, que controlava os insetos, o Faraó se convenceu e não libertou os hebreus.
4 - Moscões:
Não havia acabado a praga dos borrachudos quando apareceram os moscões em enormes enxames.
A partir dessa praga, o povo hebreu foi separado do povo egípcio e não sofreu qualquer revés. Os moscões invadiram apenas as casas dos egípcios, mas nem chegavam perto das casas dos hebreus.
O Egito ficou literalmente arruinado por causa dessa praga e o Faraó disse que mandaria o povo hebreu embora caso essa praga fosse retirada.
5 - Peste no Gado:
As pragas, desde a das rãs até esta, foram anunciadas ao Faraó, com um dia de antecedência, quando Moisés e Arão, seu irmão, iam até ele solicitar-lhe que libertasse o povo. Faraó então tinha um dia para pensar: Libertar ou não o povo hebreu.
hebreu foi atingida. De nada adiantou as preces dos egípcios à "deusa" Nut, uma mulher com cabeça de vaca, que acreditavam ser a protetora do gado egípcio. O Egito quase não possuía mais gado, mas nem assim o Faraó recuou. Endureceu seu coração e não dispensou o povo hebreu.
6 - Furúnculos:
Esta praga, ao contrário das outras, porém, não foi anunciada ao Faraó com antecedência, mas aconteceu no mesmo instante em que estavam em reunião. Moisés e Arão jogaram cinzas de um forno de calcinação para o ar e este se transformou em furúnculos, a partir daquele local para toda a terra do Egito, menos para a terra de Gósen, onde ficava o povo hebreu.
7 - Saraiva:
Moisés foi então ter com Faraó para dizer-lhe exatamente o que Deus lhe mandou: Que Ele "já poderia ter golpeado Faraó de morte devido a sua obstinação". E se ele, Faraó, não dispensasse o povo hebreu, no dia seguinte haveria uma saraiva tão forte sobre o Egito, como nunca houve antes. Foi dado até um aviso para que as pessoas e animais fossem recolhidos, pois se ficassem para fora dos abrigos seriam mortos. Muitos do povo egípcio, inclusive da corte do Faraó, já temia o Deus dos hebreus (o Deus verdadeiro) e deram consideração a essas palavras.
Mas aqueles que não ouviram, viram cair sobre si uma saraiva tão forte, acompanhada de trovões e fogo, que destruiu tudo o que estava no campo, inclusive quase toda a vegetação.
puderam impedir essa catástrofe, não importando o quanto tivessem sido venerados.
Diante disso, da morte de tantos "deuses egípcios", o Faraó chamou Moisés e suplicou-lhe que mandasse parar os trovões, sob promessa de liberar o povo hebreu.
8 - Gafanhotos:
Foi depois da praga da saraiva que Deus disse a Moisés que deixou o coração do Faraó ficar endurecido, para que Ele colocasse esses sinais no Egito, a fim de que todos saibam que Ele é o único Deus verdadeiro.
Quando Moisés foi de novo a Faraó dizer-lhe para soltar seu povo, acrescentou uma pergunta, vinda da parte de Deus: "Até quando se negará a se submeter-se a mim?" Disse-lhe Moisés também que no dia seguinte o Egito sofreria uma invasão de gafanhotos como nunca se havia visto antes.
Desta vez, até os servos mais do Faraó ficaram temerosos e lhe perguntaram por que ainda não libertou o povo daquele Deus, acrescentando: "Por acaso não sabe ainda que o Egito já pereceu?".
Diante dessa situação desesperadora, Faraó mandou chamar Moisés e Arão de volta e perguntou-lhe especificamente quem é que ia para o deserto. Moisés lhe respondeu que iriam todos eles, junto com tudo o que possuíam.
Todavia o Faraó, mesmo vendo isso acontecer, endureceu seu coração e não deixou o povo partir.
9 - Escuridão:
Em vista da nova obstinação do Faraó, por três dias houve escuridão no Egito. O egípcio não ousou
sequer se levantar do lugar onde estava, porque não enxergava absolutamente nada a frente. O Egito parou, como se estivesse morto. Mas para o povo hebreu em Gósen havia luz.
O Faraó, que não estava acostumado a ouvir dissidências, se obstinou e além de não deixar partir ninguém ainda disse a Moisés que se ele visse novamente a sua face, morreria.
A praga da escuridão simplesmente apagou as "luzes de Rá", o deus-sol. Também a deusa Sequet, "fornecedora de luz" não pode fazer nada por seus adoradores. Tot, que já foi mencionado como o deus da medicina, era também o "deus-lua". Ele também não conseguiu vencer a escuridão imposta pelo Deus dos hebreus.
10 - Morte dos Primogênitos Egípcios:
Não aconteceu como Faraó havia dito (que Moisés iria morrer se o visse mais uma vez). Este esteve uma vez mais diante dele para solicitar-lhe saída dizendo que, caso contrário, morreria todo primogênito egípcio, desde o filho do próprio Faraó e de seus servos até o primogênito dos animais que haviam sobrado das pragas anteriores.
Mas o Faraó, que havia prometido deixar partir o povo hebreu, não acreditou que aquilo, que era terrível demais, fosse acontecer. Ele então recuou da promessa e não deixou o povo partir.
A meia noite, conforme havia dito Moisés, todos os primogênitos egípcios, desde o filho do Faraó até o cabritinho das manadas remanescentes estavam mortos.
Somente diante disso, Faraó, que estava literalmente acabado libertou que o povo hebreu e ainda pediu a bênção de Moisés.
Com a abertura do Mar Vermelho, morre, literalmente, o último "deus" egípcio: o próprio Faraó. O Egito não tinha mais "deuses", e demoraria ainda muito tempo para que se recuperasse como nação, não obtendo, contudo, a glória que havia possuído antes.
A história egípcia ainda acrescenta um pormenor a respeito de Ni-maat-Re, que é uma ironia do destino. Esse Faraó, caso tenha sido ele mesmo o das dez pragas, se orgulhava de viver segundo um antigo poema que costumava recitar:
"“Lute a favor do seu nome (do dele mesmo)... Não existe túmulo para o rebelde contra a majestade dele, e seu cadáver é lançado na água.”