sábado, 27 de julho de 2024

Igreja Católica - Como SE formou? - Parte 5

 Igreja Católica - Como SE formou? - Parte 5

Representação de Judas Iscariotes. Judas conheceu Cristo, se tornou seu discípulo, mas ao invés de desenvolver uma personalidade cristã, escolheu pensar em si mesmo, se tornando um ganancioso ladrão (João 12:4-6). Este apóstolo, que depois traiu Cristo (por dinheiro) e morreu antes da formação da primitiva congregação cristã em Jerusalém (narrada no livro de Atos), é o melhor exemplo contra a sucessão apostólica pregada pela Igreja Católica. Jesus, que já estava para morrer, não o substituiu e nem indicou um substituto dele aos apóstolos. Portanto não eram mais doze apóstolos os formadores da primitiva congregação, mas onze.
A substituição de Judas, para dar conta do que ele fazia, chegou a ser considerada pelos onze apóstolos. O próprio Pedro falou a respeito (Atos 1:21,22), levando em conta o Salmo 109:8. O escolhido foi Tiago, irmão de João, mas não para se tornar apóstolo, e sim como testemunha "junto aos apóstolos". Era "junto" porque não havia sido escolhido pelo próprio Cristo. Tiago foi morto logo depois de ser escolhido e não foi substituído (Atos 12:2).
A escolha de um substituto para Judas foi por causa do seu erro e não por causa de sua fé, ou porque a conta "precisava ser doze" (Atos 1:17-20). Quando Tiago morreu, não precisou ser substituído. Além disso, Tiago só foi escolhido porque participou ativamente, no tempo de vida terrestre de Cristo, junto com os apóstolos, como "testemunha" dos feitos de Cristo.

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- Houve Uma "Sucessão Apostólica"? -
Como vimos nas partes anteriores, nem o "papado" (a sucessão de papas) e nem uma igreja "oficial" foi fundada por Cristo ou Pedro. Não eram objetivos do cristianismo, pois, se fossem estariam claramente instruídos na Bíblia. De onde então surgiram aqueles que, mais tarde, formaram essa igreja e esse "papado"?
Antes de considerarmos esse surgimento da igreja, é preciso entender se houve ou não a alegada "sucessão apostólica".
A igreja sustenta, por exemplo, que Lino substituiu Pedro, se tornando o segundo Papa, no ano de 67. Mas é bem provável que, nesta época Pedro e outros apóstolos ainda estivessem vivos. Ou seja, se alguém tivesse que substituir Pedro, certamente seria um dos apóstolos e não alguém que não era dos onze.
Além disso, na sucessão de Papas católicos, segundo a Igreja Católica, três outros Papas surgiram (Anacleto em 76, Clemente 1 em 88 e Evaristo em 97). Mas, João, apóstolo e companheiro de Pedro nas pregações, estava, comprovadamente, vivo até depois do ano 98 (ou mais perto do ano 100), ano em que, historicamente, escreveu o Apocalipse.
Como pode alguém, de fora do grupo dos onze apóstolos, "subir" e se tornar chefe deles no cristianismo? Se tivesse que haver um "papa", ou "sucessor de Pedro", este certamente seria João, companheiro de Pedro nas pregações e o escritor de cinco livros bíblicos,  não pessoas que nem tinham seus nomes escritos na Bíblia.
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- Lino Foi Papa? -
Mas e Lino? Ao contrário dos outros três, Anacleto, Clemente e Evaristo, a Bíblia menciona, apenas uma vez, um cristão em Roma chamado Lino.
Na sua segunda carta à Timóteo, Paulo cita este nome "junto com outros" mandando cumprimentos (2ª Timóteo 4:21). Indica isso que Lino foi Papa? Certamente que não. Então como foi que a Igreja Católica colocou o nome Lino, como sucessor de Pedro e de outros como seus sucessores?
O fato é: Nem Lino, nem Pedro ou qualquer outro tem, na Bíblia, seus nomes ligados a uma suposta "chefia" entre os cristãos. Nenhum dos escritores bíblicos fala de Pedro ou de outros como 'papas' ou como seus líderes. Assim, a Igreja Católica colocou esses nomes numa "lista de chefes", por pura tradição, uma tradição que certamente adveio da apostasia, predita por Paulo, que aconteceria após a morte dos apóstolos (Atos 20:29,30).
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- Pedro Continuou Mas a Bíblia Não? -
Os primeiros Apóstolos escolhidos por Jesus cumpriram seu papel na formação da primitiva congregação cristã, que, segundo as profecias, deveria deixar de existir "por um tempo", até que fosse restaurada "no devido tempo" ( Daniel 7:23-25; Daniel 2:44) [essas profecias serão consideradas num assunto futuro]). Os apóstolos serviram como "testemunhas oculares" e "proclamadores da mensagem" do Cristo (Lucas 1:2; 2ª Pedro 1:16) e não mais que isso.
Por isso, nenhuma sucessão seria admissível. Quando Cristo morreu, não haveria, no futuro, testemunhas oculares do que Ele fez.
Caso houvesse mesmo uma sucessão, teria que haver de todos eles, e não só de Pedro. E, mesmo que houvesse sucessão só de Pedro, por que a Bíblia foi fechada com o livro do Apocalipse de João? Seus sucessores também não escreveriam livros bíblicos, inspirados por Deus, que seriam anexados ao Canon? 
Se assim fosse, a Bíblia hoje, seria um gigantesco livro com bilhões de páginas, praticamente impossível para uma pessoa, em seu tempo de vida, ler e entender o que Deus lhe diz.
Assim, não há lógica em dizer que houve sucessão de Pedro, se é fato, até entre os católicos, que o tempo dos apóstolos foi um só, e que acabou com a morte de João.
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- O Restabelecimento do Reino -
Jesus não falou em uma continuação dos apóstolos, como se o seu Reino já estivesse em vigor naquele tempo. Pelo contrário, Jesus sabia que o mundo pertencia, não a ele, mas a satanás (Mateus 4:8,9). Bem mais tarde, João escreveu sobre "o mundo todo" morrendo nas mãos de satanás (1ª João 5:19). Mas o mundo não permaneceria para sempre nas mãos de satanás. Jesus falou, com seus apóstolos, sobre o tempo em que restauraria o reino de Deus (Mateus 24:45-47; Lucas 12:37).
Ele voltaria, no futuro, para "encarregar" os seus fieis de seus assuntos (Mateus 24:43-47). Se houvesse uma "continuação" dos apóstolos, não haveria sentido nas profecias que prediziam o "tempo dos gentios" (Lucas 21:24). Se tivesse havido "continuação" dos apóstolos, com uma "sucessão de Pedro, a prevista "volta de Cristo" seria uma promessa vazia, uma vez que seu "escravo fiel" já estaria em vigor desde aquela época.
A própria palavra "restabelecimento" do Reino, predita pelo profeta Daniel (Daniel 2:44), para o final dos dias, não faria sentido, caso houvesse uma continuação apostólica.
De maneira que, quando a Igreja Católica se diz "sucessora dos apóstolos", "continuação dos apóstolos", ou "o reino de Deus" na Terra (mas que constantemente diz que está "nos nossos corações"), ela está invalidando a palavra de Deus, como os fariseus faziam, por causa das suas tradições (Marcos 7:5-9)
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Assim, como a "sucessão papal" não encontra respaldo n Bíblia, a Igreja que está sob domínio dessa alegada "sucessão", também não tem respaldo bíblico. Voltamos então a pergunta anterior, que encabeçou esta parte: Como, exatamente, surgiu esta igreja? De onde ela veio e quando?
É o que vamos considerar na próxima parte.
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Continua

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