sábado, 27 de julho de 2024

Igreja Católica - Como Se Formou? - Parte 6

 Igreja Católica - Como Se Formou? - Parte 6

 Eusébio de Cesareia (? - 339 DC). Ele foi testemunha ocular das perseguições que o imperador romano Dioclessiano (284-305 DC). Ao contrário de Constantino, Dioclessiano queria matar os "cristãos" para "resolver o problema da desunião". Mas, como é que Eusébio, também "cristão", escapou da perseguição do Imperador? Isso não ficou, historicamente claro. Com certeza ele, ao contrário dos outros, negava a fé cada vez que o abordavam e lhes ofereciam esta "oportunidade". Pois só deste modo, se conseguia se salvar. Irônico é também o fato dele, como "cristão", poder ir visitar seus amigos presos sem que nada lhe acontecesse. 
Depois da morte de Dioclessiano ele foi nomeado Bispo. Como Bispo ele participou do Concílio de Nicéia. No Concílio, Eusébio foi muito polêmico. E defendia mensagens que mais se aproximavam da Bíblia. Por exemplo, ele advogava que Jesus "não era igual ao Pai, mas inferior a este", o que estava de acordo com o que diz a Bíblia (João 14:28), Jesus "havia sido criado", dizia ele que certamente conhecia o texto de Colossenses 1:15.
Na questão da Trindade, por exemplo, que naquele Concílio começava a tomar forma, Eusébio defendia que não existia a trindade, pois que, além de ter vindo do paganismo era para "falar apenas o que está escrito (na Bíblia) e não o que se pensa", para que a luta entre eles cessasse.
Apesar dessas posições doutrinárias corretas, Eusébio pertencia a minoria. Na votação, o trinitarismo "venceu" e passou-se a advogar a ideia de que "Cristo era Deus" (o Espírito Santo ainda não havia sido incluído). E Eusébio, por fim, assinou o "Credo de Nicéia", que pregava a unicidade de Cristo e Deus, sem lhe opor nenhuma ressalva. 
Mais tarde ele escreveu duas obras: A História Eclesiástica e A Vida de Constantino, mas sem mencionar a importante questão da Trindade, com a qual não concordava mas divulgava, pois, o que lhe importava era mesmo se manter ao lado dos poderosos.
Eusébio é um exemplo da hipocrisia que dominou os antigos "pais da Igreja" e domina hoje os líderes religiosos.
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- Previsto o Tempo Designado das Nações -
Os Apóstolos, conforme já vimos na parte anterior, serviram principalmente como "testemunhas oculares" das obras de Cristo (Lucas 1:2; 2ª Pedro 1:16). A obra que fizeram de pregação visando a conversão de pessoas de todas as nações ao cristianismo, foi baseada neste testemunho ocular. Mas este serviço acabou quando morreram e, com eles, morreram também "seus dons" (1ª Coríntios 13:8-10). E Paulo previu, de acordo com as profecias, que "lobos opressivos" entrariam no meio deles e desvirtuariam a adoração verdadeira (Atos 20:29,30).
Isso significa que depois da morte dos Apóstolos, não havia mais na Terra, um representante da fé verdadeira. E os cristãos daquela época estavam a mercê de falsos anciões, até mesmo de alguns que conviveram com os apóstolos, conforme disse Paulo (Atos 20:30).
Essas coisas já estavam previstas, para que as nações "pisoteassem" o cristianismo até que este fosse restaurado no devido tempo. Este seria o "tempo designado das nações" (ou "tempo dos gentios") previsto pelo profeta Daniel (Daniel 7:21-27; 8:19-25) e confirmado por João (Apocalipse 17:13,14; 19:19,20).
Na  época em que Cristo ainda estava vivo na Terra, seus discípulos perguntaram sobre esse tempo futuro, e ele lhes forneceu, não a data exata, mas os acontecimentos mundiais que estariam ocorrendo então, com "sua volta" (Mateus 24:3-14).
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- Os "Pais da igreja" -
O que é 'apostasia'? Em termos religiosos significa 'renunciar à uma religião, ou mesmo 'abandonar a fé'. Isso aconteceu com a primitiva congregação cristã. Paulo falou sobre esse tempo futuro (2ª Tessalonicenses 2:3) e citou nominalmente alguns apóstatas já naquele tempo (1ª Timóteo 1:19,20). Mas, após a morte dos apóstolos, o número de apóstatas cresceu grandemente e eles passaram a ser proeminentes entre os cristãos. Sem os apóstolos para servir de restrição ou corrigir o que falavam, muitos se tornaram anciãos, ou seja: tinham poder de decidir questões espirituais dos discípulos. Mais tarde esses anciãos foram chamados, pelos historiadores, de "pais da Igreja". Quem foram eles? Esses "pais" foram antigos pensadores, escritores, teólogos e, quase todos, filósofos da antiguidade.
Ao invés de continuarem com os ensinamentos dos apóstolos, contido nas cartas destes, esses "pais" trouxeram "novas ideias", a maioria de inspiração filosófica. Eles começaram, com a "luz" da filosofia, a interpretar as cartas dos apóstolos mudando-lhes o antigo entendimento.
Por exemplo, começaram a discutir, em debates, sobre a "divindade de Cristo". Apesar dos cristãos saberem que Cristo é o filho de Deus (Mateus 16:13-17; Gálatas 2:20), esses "pais" resolveram dizer que "Cristo era igual ao Pai dele", ou que "Cristo era Deus".
Um apóstata que conseguiu, com sua eloquência, um grande número de seguidores foi Justino, o Mártir (100-165 DC). Ele interpretava sofisticadamente as Escrituras misturando-a  com filosofia grega e isso agradou muitos gregos, romanos e outros que, ao mesmo tempo que se convertiam ao cristianismo não precisavam abandonar suas crenças pagãs.
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- O Início dos "Concílios" -
 Durante o 2º e o 3º Século, o cristianismo puro desapareceu (conforme previsto) já não existia mais a adoração pura conforme era ensinada pelos apóstolos. Já não se encontrava mais uma única congregação que não fosse dominada por um desses "pais". E eles, não tinham a união que os apóstolos tinham. Praticamente brigavam entre si por causa das diferenças de pensamentos, e pelo poder nas congregações.
Outro "pai", que redefiniu o pensamento cristão em bases filosóficas, para colocar Jesus não como filho de Deus, mas como Deus, foi Orígenes,  de Alexandria (185-254 DC). Seus escritos influenciaram o primeiro grande "Concílio" que, ironicamente foi convocado e presidido por um imperador romano pagão: O Concílio de Nicéia (maio a agosto de 325 DC).
O Concílio de Nicéia foi realizado por um motivo especial, que nada tinha a ver com Cristo ou com o reino de Deus: O Imperador queria apaziguar os ânimos e acalmar as brigas entre os "pais", porque julgava que aquilo desunia o império.
Para Constantino (272 - 337 DC), "mitraísta" e  adorador do Sol, pouco importava as questões teológicas cristãs. O que lhe importava era que passassem a viver em paz, em torno de um documento "oficial" de crenças, que assinariam no final do Concílio. O Concílio foi realizado nos moldes das reuniões do Senado Romano, onde, por votação, a maioria vence e a minoria era obrigada a aceitar o que decidisse a maioria.
No final do Concílio, em que houve até tapas no rosto de alguns (Herbert George Wells (1866 - 1946), historiador britânico disse que "o espírito (violento) de Constantino predominou no Concílio"), a maioria dos "pais" (também chamados de "bispos"), vergonhosamente assinaram a ata do Concílio. Só houve duas abstenções. Passaram, então, a advogar ideias religiosas nas quais não acreditavam. Um destaque dos mais vergonhosos nesse sentido foi o de Eusébio de Cesareia (? - 339 DC). Sobre este veja nota da imagem ilustrativa.
Aquele Concílio é considerado, historicamente, como o que deu origem a Igreja Católica, já que, a partir dele, o império romano a apoiava.
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- O "Refinamento" dos "Pais da Igreja" -
Depois do Concílio de Nicéia, muitos outros "pais" se destacaram. Procuravam refinar-se na oratória. Julgavam que, palavras rebuscadas e discursos elegantes, representariam o cristianismo "da melhor maneira".
A humildade dos apóstolos e a simplicidade dos primitivos cristãos não eram mais sequer mencionadas entre eles. Por exemplo, antes, pessoas com muita fé e dedicação, mesmo sem instrução acadêmica, tornavam-se anciãos e eram responsáveis por grupos de discípulos. Agora apenas "doutores", com formação acadêmica, podiam ser anciãos... mesmo que não tivessem muito conhecimento da Bíblia ou dedicação aos propósitos "cristãos".
Alguns desses "pais" foram: Gregório Nazianzeno (329-390 DC), teólogo e eloquente orador; João Crisóstomo ( ? - 407 DC [morreu com 60 anos]), bispo e "doutor da igreja"; Ambrósio de Milão (? - 397 DC), que, graças a união entre a Igreja com o Império se tornou "Bispo e prefeito consular" de Ligúria; Agostinho de Hipona (354-430 DC), Bispo, teólogo e orador e Jerônimo (347-420 DC), escritor e responsável por traduzir a Bíblia para o Latim, a partir das línguas originais (a Vulgata Latina).
Esses homens foram modificando o pensamento cristão original até que se tornou o que é hoje: Uma igreja dividida em "vertentes" (geralmente dedicadas a algum "santo"), sempre em confusão doutrinária a ponto de precisar de concílios periódicos para discutir dogmas, que se une a governos políticos e que acredita em deuses trinos pagãos, vida após a morte, inferno e intercessão de mortos. Da Bíblia mesmo eles pouco estudam e ensinam. Entre eles, a mensagem do reino de Deus, prioridade do Cristo e dos apóstolos, não se fala a não ser por citações de textos a esmo e retirados do contexto.
O historiador Paul Johnson (1923 - 2023) disse a respeito disso:
"O cristianismo apóstata iniciou em confusão, controvérsia e cisma, e assim continuou. . . . No primeiro e no segundo séculos a.D., o Mediterrâneo central e oriental fervilhou com uma infinita multidão de idéias religiosas, lutando para se propagarem. . . . Portanto, desde o começo houve numerosas variedades de cristianismo que tinham pouco em comum.”
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- Características de "Prostituta" -
Foi assim que surgiu a Igreja Católica. Por sempre se apoiar em governantes humanos ao invés de na palavra de Deus, lhe foi dado o nome profético de "Prostituta" (Chamada de Babilônia ["confusão"] na Bíblia) - Apocalipse 14:8; 16:19; 17:1-18; 18:2-10.
Na próxima parte vamos ver algumas características dessa igreja, que acabou se dividindo e dando origens a mais denominações como ela própria, mas que as chama de "protestantes". E vamos ver como ela se distancia cada vez mais da mensagem bíblica.
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Continua
 

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