quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Os Mortos

 Velório do Acyr Campos, meu pai,  no Convento Stª  Clara, em cujo
cemitério fica o jazigo da família Campos. Logo o seguirei.


Os Mortos

O meu pai faleceu no dia 20 de dezembro de 2010, 
aos 78 anos. Este soneto é dedicado a ele.

Povoam eles meus atrozes sonhos!
Aqueles cantos que momentos fora
O que passou no eterno mora!
Agora são ferrões, de dor, medonhos

Nossos problemas resolvidos foram,
E os nossos gritos, com rancor, guardados,
Amores que não foram declarados...
E pensamentos, pra sempre, perdidos!

Na casa que já não existe mais
visitei, como sempre fiz, meu pai,
Pelos Corredores agora tortos!

Falei-lhe não! Que não mais quero vê-lo!
Acordo e choro... Foi um pesadelo,
Porque meu pai já estava dentre os mortos!

Acyr - 14/1/2011

Um comentário:

  1. Fazia tempo que eu não estremecia com um soneto... Ele é a prova de que do sofrimento pode-se extrair a Beleza.

    ResponderExcluir