terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se For Falar De Mim

"Se for falar mal de mim me consulte:
Sei coisas terríveis a meu respeito!"
Anônimo


Parado, pensando... Descobrimento:
O meu reflexo não é verdadeiro!
Não tem nexo, tampouco é lisonjeiro!
Não reconheço o espelho que fito
perplexo... Eu querendo me encontrar!
Procurando... Ainda que me vendo!
.
Sutis diferenças bem escondidas...
Porém não me retrata aquela imagem!
Também não me dá nenhuma vantagem:
Se inerte fico, pareço com grito
diluído... O vidro quer mostrar
suas falhas e cores corrompidas!
.
A sombra também, deitada, escura...
Expressão nenhuma... Pode ser eu
ou alguém, do futuro, que morreu!
Só no sol demonstra fidelidade:
De manhã e a tarde sou bonito!
No meio do dia, ninguém me atura!
.
Cego vulto aquele que observa!
Nada fala... Se eu grito, gesticula,
esmurra, preso na parede muda!
Não reproduz minha felicidade
nem se abaixa se caio ferido!
Vai à luz comigo na terra imersa!
.
Pois sobre nós, o seu discernimento
é assim: É a sua luz que ilumina,
me cobrindo, vindo toda de cima,
me projetando abaixo, no chão,
sem ter olhos, nariz, boca ou sentido...
Limitando todo meu movimento!
.
Tal turbulento rio é o seu olhar!
Espelho d'água, alvo, cristalino,
que me mostra, tão fundo, tão divino...
Me perco nas ondas desse conflito
que ondula com a respiração!
Doravante eu não vou mais me encontrar!
.
Acyr - 12/8/2007

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